Murilo Rubião: contista indispensável

Tenho ordenado há certo tempo, com coesão, meu hábito de leitura – já que estou em período de preparação para ingressar à universidade pública, mas mesmo assim ostento, como nos últimos oito anos, meu plano de leitura para o meu estudo autodidata, algo que faço com imenso prazer.
Dentre obras sobre jornalismo, filosofia, sociologia, semiótica e literatura – tenho direcionado parte dos meus esforços para contos de escritores nacionais, e acabo de terminar de ler a obra completa do contista mineiro Murilo Rubião, por meio de um volume único, lançado pela Editora Companhia de Bolso.
Confesso que conheci o escritor no final do ano passado, por intermédio do programa da Rede Cultura de Televisão, Entrelinhas, em um quadro em homenagem ao autor com relatos de autores da nova geração que sofrem, de algum modo, da influência de Rubião.
O autor

Murilo Rubião nasceu em 01 de junho de 1916 em Carmo de Minas (MG) e desde sua infância teve contato com a literatura, pois seu avô, Francisco Alves de Barros Rubião, escreveu dois livros, um de memórias e outro de reflexões. Já seu pai, Eugênio Álvares Rubião, era filólogo, poeta e membro da Academia Mineira de Letras. Já na sua infância, o então estudante Murilo Rubião começou a ter contato com a Bíblia e os clássicos da literatura mundial.
Rubião ingressou na Universidade de Minas Gerais a fim de estudar direito, e enquanto estudante: começou atuar como jornalista além de desenvolver atividades relacionadas com literatura na Revista Tentativa. Depois de formado, Rubião entrou para a vida burocrática do funcionalismo público, e após obter destaque chegou a chefiar o gabinete do então governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek.
Desanimado com o cotidiano da vida burocrática, Murilo Rubião se dedicou fortemente à literatura, e assim tornou-se contista. Começou publicar seus contos em 1947, e por toda vida não passou de 33 contos, devido ao seu perfeccionismo.
 A obra
A obra de Murilo Rubião é regada do fantástico e do chamado realismo mágico da escola kafkiana. Situações improváveis inseridas no cotidiano comum do Brasil daquele tempo faziam dos contos de Rubião peculiares em terras tupiniquins, um clássico moderno da literatura brasileira.
Na América Latina, Rubião foi precursor do gênero que revelaria Gabriel García Márquez e Julio Cortázar.
Um autor indispensável para aquele que gosta do gênero literário “conto”.

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