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Mostrando postagens de maio, 2011

Análise conjuntural da blogosfera progressista

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                           A blogosfera progressista tem de ser progressista Se estivéssemos em uma guerra da comunicação (e acredito que estamos), com certeza a ala vermelha estaria encabeçada pelos blogueiros progressistas, que se organizaram e hoje é o principal reduto daqueles que apontam um caminho de democratização da comunicação mais tangível, mostrando que a internet é a terra dos “jedis” na luta contra os “siths” da velha mídia. O ponto de análise deste artigo não é a blogosfera, mas sim o conceito do termo “progressista”, o que é sê-lo? Lembremos que o partido de Paulo Salim Maluf (o filhotinho da ditadura) chama-se Partido Progressista (PP). Um forasteiro em terras tupiniquins perguntaria se os blogueiros progressistas são militantes do PP que usam um blogue como ferramenta para o avanço. Para aqueles que conhecem o espectro político brasileiro, isto é uma blasfêmia. Mas se trata de uma das contradições do nosso cenário político. Na filosofia, o pensamento progressista es

Crítica da obra Macunaíma

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“Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos", disse um dos meus “reaças” favoritos, Nelson Rodrigues. Leio muitos livros, mas também releio muitas obras, tudo depende do assunto estudado no momento. Nada muito consciente, muitas vezes acontece por instinto, onde a mente sugere a obra. Em tempos recentes, decidi reler o clássico Macunaíma, lançado em 1928, do autor modernista paulista Mário de Andrade. Às margens do rio Uraricoeira, na Floresta Amazônica, nasceu Macunaíma, o herói de nossa gente. O Imperador do Mato é a síntese do espírito genuinamente brasileiro, sendo egoísta, safado, preguiçoso, inteligente – capaz de exercer persuasão a todos que estão a sua volta, era descrito pelo autor como portador de uma ingenuidade oriunda das terras tupiniqui

Higienópolis: A nova batalha

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Revolução francesa: a rebelião dos burgueses Ainda existe luta de classes? Os inimigos do socialismo científico marxista afirmam que Marx errou em colocar a economia como norte para explicar todas as discrepâncias da humanidade, sugerindo que não existe mais luta de classes no século XXI. O liberalismo de Adam Smith simplificou todo o processo, colocando o mercado como única solução para a humanidade. A ideologia marxista para estes, como o genial Vargas Llosa, morreu, quando caiu o muro de Berlim. O oportunismo científico liberal ganhou musculatura e virou neoliberal, e tendo em Washington sua base, dissemina o fim da eficácia da análise marxista acabando com o conceito de luta de classes, exaltando aquilo que Marx denominou de “alienação”, limitando o proletariado no que se refere a tomar consciência naquilo que precisa fazer em prol da sua revolução.   Todos os marxistas sabem que o discurso dos adeptos do Consenso de Washington é pura falácia, pois basta enxergar a penumbra para

Código Florestal: Debate oportunista ou propositivo?

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A contento de alguns e tristeza de outros, os fatos mostram que muito tempo se teve para a discussão do novo código florestal, o que não ilegítima as reivindicações de alterações quanto ao atual texto, tudo é questão de interpretação, seja para defesa ou para crítica.   O ponto de análise deste artigo não é o mérito do texto do Deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), mas sim o corriqueiro e desagradável oportunismo político, pois tal tema tem sido ambiente muito propício para os adeptos desta causa. O relator que historicamente esteve na trincheira da bancada progressista na câmara, vê-se em uma situação atípica, pois boa parte dos parlamentares tidos como progressistas, estão dando-lhe as costas, e parte daqueles que sempre o perseguiram, os conservadores, está apoiando-o. Tal análise proporciona uma rápida conclusão: o relator mudou de lado, e neste caso, aderiu à bancada ruralista, mas para mim trata-se de uma análise tão rasa como foi a refeição oferecida pela raposa à garça em sua tige

Viva à revolução!

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Vídeos em homenagem a mais nova vitória da revolução socialista na América Latina, devido às reformas aprovadas em plebiscito no Equador.

Análise: Ser Jornalista de Ciro Marcondes Filho

Uma profunda e robusta análise marxista sobre a comunicação com uma meticulosidade histórica digna de um bom jornalista e marxista, a obra Ser Jornalista, lançada em 2009, do sociólogo e jornalista Ciro Marcondes Filho, com certeza não é indicada pela maioria dos cursos de jornalismo do ensino privado. A obra não é indicada em universidades privadas porque analisa aguçadamente o processo de comunicação no mundo e no Brasil, a luta de classes dentro da comunicação e como o mercado de trabalho influencia a imprensa, como a imprensa porta-se no período da ditadura do capital, e como o emprego é usado pelos jornais-empresas para que o jornalista abdique de sua ideologia. Em Ser Jornalista, Marcondes Filho acaba com a poética ilusória do jornalismo chamando a imprensa de ferramenta-mor da luta pela hegemonia do pensamento social, trazendo à tona o fato de que a imprensa foi a ferramenta que a burguesia usou para derrubar a aristocracia, e que hoje a atual burguesia usa para sustentar sua he

1 de Maio: do sangue à ode ao trabalhador

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O domingo está acabando, e em muitos cantos da terra já acabou e após belíssimas comemorações, cabe a reflexão sobre o dia dos trabalhadores, não do trabalho – como defende a grande e velha mídia. Um rápido comentário: a velha mídia utiliza o termo “dia do trabalho” em detrimento ao dia do trabalhador, não por acaso, pois os conglomerados mediáticos defendem também o interesse patronal, pois pertencem às famílias que compõe grandes oligarquias, ademais dependem do dinheiro que a publicidade rende, ou seja: vivemos na ditadura do mercado, onde a exaltação do trabalhador não é interessante. Quanto ao dia do trabalhador, o cerne de tal data está na greve geral estadunidense de 1886, mais precisamente na cidade de Chicago. Na chamada Revolta de Haymarket, dezenas de trabalhadores foram feridos e mortos pela polícia, em uma manifestação popular que durou quase uma semana. A greve geral desencadeou diversos motins do proletariado pelo mundo, como a jornada de lutas pela regulamentação da jo

Pensamento pequeno-burguês: o mais irritante

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O pensamento pequeno-burguês com certeza é o mais irritante, ganha com larga vantagem de qualquer outra tendência classista, onde o maior mal deste pensamento é a sua megalomania, fato que torna a presença de qualquer portador de tal adereço altamente indesejável, para o mais tolerante social democrata ao mais ortodoxo marxista-leninista de carteirinha. Sua ideologia vã provoca no máximo a degustação satírica, aquela de Petrônio, porém, suas intervenções em embates ideológicos irritam, pois para os elementos desta classe, não existe nada mais prazeroso do que o sucesso obtido e agrado ao seu fetichismo – por mais irrisório que seja – torna-se uma verdadeira ode ao espírito. O adereço mais irritante desta classe é a sua alienação, fato que incomoda, pois os pequeno-burgueses ostentam com devoção e consideram-se superiores em seu universo paralelo. Samba para estes Matinho da Vila compôs, em primeira pessoa, onde o pequeno-burguês relata a realidade de sua vida, após libertar-se da alien