1 de Maio: do sangue à ode ao trabalhador


O domingo está acabando, e em muitos cantos da terra já acabou e após belíssimas comemorações, cabe a reflexão sobre o dia dos trabalhadores, não do trabalho – como defende a grande e velha mídia.
Um rápido comentário: a velha mídia utiliza o termo “dia do trabalho” em detrimento ao dia do trabalhador, não por acaso, pois os conglomerados mediáticos defendem também o interesse patronal, pois pertencem às famílias que compõe grandes oligarquias, ademais dependem do dinheiro que a publicidade rende, ou seja: vivemos na ditadura do mercado, onde a exaltação do trabalhador não é interessante.
Quanto ao dia do trabalhador, o cerne de tal data está na greve geral estadunidense de 1886, mais precisamente na cidade de Chicago. Na chamada Revolta de Haymarket, dezenas de trabalhadores foram feridos e mortos pela polícia, em uma manifestação popular que durou quase uma semana.
A greve geral desencadeou diversos motins do proletariado pelo mundo, como a jornada de lutas pela regulamentação da jornada laboriosa de 8 horas diárias na França, encabeçada pela Internacional Socialista. Em 1919, o senado francês aprovou a lei que limitava a jornada de trabalho e adotou, no dia 1 de maio, o dia do trabalhador.
Em 1920, a Rússia também adotou a data, fato que influenciou diversos países. No Brasil, a data foi aderida em 1925, por um decreto do então presidente Artur Bernardes. Apesar de momentos de escuridão, a data está no calendário nacional até hoje.
Em 2011, podemos comemorar a democracia e a constituição brasileira que permite a manifestação dos trabalhadores, as leis trabalhistas e o atual momento do Brasil. Nos últimos tempos, as centrais foram reconhecidas, o salário mínimo ganhou um método de valorização progressiva efetivo, o poder de compra do salário mínimo está em um processo de valorização, diversos programas de regulamentação de trabalhos informais, o combate ao trabalho escravo e as políticas de fomentação da economia garantiram a criação de mais de 15 milhões de vagas.
A pauta do momento é a luta pela redução da jornada de trabalho a 40 horas semanais, aonde as centrais vêm realizando um abaixo-assinado para que o projeto possa ser discutido no congresso federal, com adesão popular, para garantir a conquista.
O dia 1 de maio de 2011 foi um dia de celebrações dos direitos já conquistados e pela pauta deste e do próximo período. Os sindicatos e centrais devem focar em um processo para unificar todos os trabalhadores do país e tentar colocar a luta por hegemonia de lado, para garantir que as lutas dos trabalhadores brasileiros tenham força.
"Trabalhadores do mundo, uni-vos!"  - Karl Marx e Fredrich Engels

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Resumo: Crítica da Razão Tupiniquim

O porquê da inércia midiática

Considerações acerca de Educação Após Auschwitz