Mais um aumento na taxa de juros

Em mais uma reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária) foi decido que a taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) seria elevada, desta vez para 12%, resultando em um aumento de 0,25%.
Trata-se do terceiro aumento no governo Dilma, algo que incomodou muito as correntes progressistas que elegeram a presidenta, pois a ação de controlar a inflação pelos juros é considerada uma medida ortodoxa de macroeconomia.
De fato é, mas precisamos fazer uma leitura fria da situação para tentarmos entender, da maneira mais fundamentada possível, o que está levando a equipe do Banco Central (BC) e seu presidente, Alexandre Tombini, decidirem por tal medida.
Eu continuo acreditando no espectro progressista da presidenta, e tento partir deste prisma para analisar esta medida, acreditando que a “independência” do Banco Central não existe mais, desde a saída do ex-presidente Henrique Meirelles.
A taxa de juros do Brasil continua sendo a mais alta do planeta, e o capital especulativo é deveras interessado pelo aumento da mesma, pois assim este retém mais dinheiro e aumenta os lucros.
O BC acredita que a inflação irá cair naturalmente a partir de maio, pois a economia está em notável queda de crescimento, e assim poderá retomar a política de redução da taxa de juros.
A presidente Dilma declarou recentemente que já é possível vislumbrar uma taxa de juros próxima das praticadas nos países desenvolvidos, porém, reiterou que isto não é para amanhã.
O ponto é que devemos pensar que enquanto a elevação da taxa de juros for a única medida de controle de inflação, deve ser praticada. O que devemos cobrar: é a mudança na política macroeconômica brasileira, mudança esta - que a presidenta já disse ser possível.
Não podemos entrar no discurso dos liberais, os defensores do consenso de Washington. Acredito que as mudanças na política macroeconômica virão a partir de 2012, haja vista que o primeiro ano de um mandato não é (e nunca foi) terreno fértil para grandes mudanças.
Inflação alta é impacto direto nas rendas mais baixas, então deve ser controlada com unhas e dentes. Vou aguardar 2012, e caso nenhuma mudança ocorra, irei externar minha insatisfação neste aspecto.

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