Mais um tiro na pouca “moral” que ainda existe




Para aprofundar a decadência da ética e fomentar de forma acachapante o descrédito à nossa (ainda) pequena crença na suposta ética da velha mídia, veio-nos como um chute no traseiro em mais um dia do imenso porre de melancolia que o segmento (imprensa) sofre - a tentativa de invasão ao apartamento do ex-ministro e atual membro da direção do PT, José Dirceu, quebrou a fina vidraça que segurava os principais “calunistas” da tropa de choque das oito famílias que se intitulam donas da informação nacional. Agora quebrou o teto de vidro, e eles estão machucados, caídos no chão.
Em um momento cujo grandes conglomerados midiáticos tentam criminalizar aquilo que é tido como avanço básico nos países desenvolvidos, que é o projeto do marco regulatório da mídia – projeto escrito pelo ex-ministro da comunicação social Franklin Martins no Brasil -, em um momento no qual Rupert Murdoch – barão da comunicação mundial -, é desmascarado na Inglaterra por práticas ilícitas na apuração das reportagens dos veículos do seu conglomerado midiático, período de avanços democráticos claros quanto à comunicação na Argentina e a criação de outros meios, principalmente as redes sociais, que proporcionam a todos os usuários a oportunidade de “formar opinião”, que desafia a linha editorial padrão dos grandes conglomerados e dos governos conservadores (leiam-se opressores).
O veículo que financiou o repórter invasor está em um momento de crise ética, sendo, com certeza, a revista semanal que mais enfrenta rejeição no meio acadêmico e na parcela da sociedade que tem formação superior. Mas não abandona a sua trincheira, faz o que pode para garantir a parcela do dinheiro público que recebe de governo tucano.
Desta vez abusou da fama de “antiética” e se pôs de uma vez por todas no pavilhão dos “faço mesmo e daí?”, envergonhando jornalistas como Mino Carta – que participou da fundação da revista -, e agora a vê a serviço da truculência direitista. Na verdade Mino se distanciou há muito tempo do projeto conduzido pela “Famiglia Civita”
O exímio “calunista” Reinaldo Azevedo já se posicionou colocando a revista como vítima de um processo sujo e corrupto, utilizando da velha retórica rasa e moralista dos neoliberais brasileiros. Vamos aguardar o que irá ocorrer, o fato é que a revista vai sofrer processo via PGR, apertem os cintos que dias interessantes estão por vir.

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